O Brasil celebra pela primeira vez o Dia Nacional da Consciência Negra

Conheça Zumbi dos Palmares e entenda a Consciência Negra ...

“Consciência negra é um termo que ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, como o Movimento Negro Unido. O termo é, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. É o símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.”
A Consciência Negra é uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos.
Também representa a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social.
Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro é comemorado em todo território nacional. Esta data foi escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi, que lutou contra a escravidão no nordeste.
A celebração relembra a importância de refletir sobre a posição dos negros na sociedade. Afinal, as gerações de afro-brasileiros que sucederam à época de escravidão sofreram (e ainda sofrem) diverso
A data foi estabelecida pelo projeto Lei n.º 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. No entanto, somente em 2011 a lei foi sancionada (Lei 12.519/2011) pela então presidente Dilma Rousseff.s níveis de preconceito.
História do Dia da Consciência Negra
As diversas nações africanas não se reconheciam como negros, e sim como Bantos, Haúças, Niams, Fulas, Kanembus, etc.
Os primeiros africanos trazidos para o Brasil como escravos chegaram aqui em 1532, e o fim do tráfico negreiro deu-se em 1850 pela Lei Eusébio de Queiroz.
Após a abolição formal da escravidão no dia 13 de maio de 1888, a busca pela igualdade por direitos dos negros jamais cessou.
A discriminação, sentida em todas as áreas, tornou o negro excluído da sociedade, da educação e consequentemente, do mercado de trabalho.
Essa exclusão, através de muita luta, foi diminuindo aos poucos, e o negro foi encontrando lugar nos esportes e artes, mas não tinha acesso à universidade, por exemplo.
Deste modo, era preciso um dia para lembrar desta manifestação constante que os negros realizam, para serem aceitos da mesma forma que os brancos no Brasil.
Criação do Dia da Consciência Negra
A criação de um dia comemorativo da Consciência Negra é uma forma de lembrar a importância de valorizar um povo que contribuiu para o desenvolvimento da cultura brasileira.

No dia 9 de janeiro de 2003, a Lei Federal 10.639 instituiu o “Dia Nacional da Consciência Negra”, no calendário escolar. Desta maneira, o ensino da cultura afro-brasileira passou a fazer parte do currículo escolar em todo o país.
Durante o período de novembro, diversas atividades e projetos são realizados nas escolas de todo o país para comemorar a luta dos afrodescendentes.
Além disso, tem o intuito de conscientizar a população para a importância desse povo na formação social, histórica e cultural de nosso país.
Zumbi dos Palmares e a Consciência Negra
Zumbi dos Palmares, nascido livre num quilombo (povoado formado por escravos fugidos), lutou até a morte para defender seu povo contra a escravidão.
Da escravidão, Zumbi só conhecia as terríveis histórias que os mais velhos estavam sempre contando. Eles lembravam a morte no porão dos navios, a escuridão das senzalas, o trabalho forçado e os castigos sofridos.
O Quilombo dos Palmares estava situado numa longa faixa de terra de 200 quilômetros de largura. Estava paralelo à costa, situado entre o cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e a parte norte do curso superior do rio São Francisco, hoje no estado de Alagoas.
Numa das batalhas entre os colonos portugueses e o Quilombo, Zumbi foi morto. Como era costume na época, seu corpo ficou exposto em praça pública para servir de exemplo para que ninguém tentasse ir contra os colonizadores.
Mesmo assim, seu exemplo de luta foi passando de geração em geração e ele acabou sendo escolhido como herói para o povo negro brasileiro.
Frases sobre Consciência Negra
Para refletir sobre a consciência negra, seguem abaixo algumas frases:
“Os negros no Brasil nascem proibidos de ser inteligentes.” (Paulo Freire)
“O que mais me irrita é negro pedindo direitos para o negro. Negro não tem de pedir, tem de conquistar.” (Wagner Moura)
“Não ficaremos satisfeitos enquanto um só negro do Mississípi não puder votar ou um negro de Nova York acreditar que não tem razão para votar.” (Martin Luther King Jr.)
“Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a humanidade viva unida… negros e brancos todos juntos.” (Bob Marley)
“A liberdade fez do negro um favelado, sem poder morar na beira-mar fizeram suas casas nos morros e se organizaram a sua maneira.” (Rafael Silveira)
“Olha de novo: não existem brancos, não existem amarelos, não existem negros: somos todos arco-íris.” (Ulisses Tavares)

 

Negra Mariama!
Negra Mariama chama!

Negra Mariama!
Negra Mariama chama!

Negra Mariama chama pra cantar
Que Deus uniu os fracos pra se libertar
E derrubou dos tronos os latifundiários
Que escravizavam pra se regalar

Negra Mariama!
Negra Mariama chama!

Negra Mariama chama pra dançar
Saravá esperança até o sol raiar
No samba está presente o sangue derramado
O grito e o silêncio dos martirizados

Negra Mariama!
Negra Mariama chama!

Negra Mariama chama pra lutar
Em nossos movimentos sem desanimar
Levanta a cabeça dos espoliados
Nossa companheira chama pra avançar

Negra Mariama!
Negra Mariama chama!

1. Eu vou tocar minha viola, eu sou um negro cantador.
O negro canta deita e rola, lá na senzala do Senhor.

Dança aí negro nagô (4X)

2. Tem que acabar com esta história de negro ser inferior.
O negro é gente e quer escola, quer dançar samba e ser doutor.

Dança aí negro nagô (4X)

3. O negro mora em palafita, não é culpa dele não senhor.
A culpa é da abolição que veio e não o libertou.

Dança aí negro nagô (4X)

4. Vou botar fogo no engenho aonde o negro apanhou.
O negro é gente como o outro, quer ter carinho e ter amor.

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