Israel, a terra reverenciada como o berço das três grandes religiões monoteístas e prometida por Deus a Abrão, enfrenta hoje uma de suas fases mais brutais. A terra que a Bíblia descreve como um lugar de santidade se transformou em um campo de batalha, onde a morte, o desespero e a fome são a rotina diária. A contradição é gritante: como um local sagrado pode ser palco de tanta violência?
O Grito das Famílias em Desespero
O conflito não distingue combatentes de inocentes. Milhares de civis, incluindo crianças, foram mortos em ambos os lados. Em meio aos escombros e ao som de bombas, a humanidade se perde. Famílias inteiras são destruídas, pais choram por filhos desaparecidos e comunidades são desmembradas. A fome avança sem limites, transformando a vida em uma luta desesperada por sobrevivência. Aquele provérbio que diz que Jesus veio para salvar o que estava perdido ganha uma nova e trágica dimensão aqui: quem salvará aqueles que estão perdidos na guerra?
A Santidade em Xeque: Uma História de Luta Constante
A passagem de Gênesis 12:1, onde Deus promete uma terra a Abrão, é a base da narrativa de Israel. No entanto, a história do povo judeu, como narrada nos Livros dos Reis, é uma saga de lutas contínuas para defender seu território, desde a saída do Egito e a longa peregrinação no deserto. Essa luta pela sobrevivência e pela terra é uma constante histórica. O mesmo território que defendem hoje foi o que eles perderam em 70 d.C., quando o General Tito invadiu Jerusalém, e que reconquistaram em 1948.
Porém, essa visão de que a guerra é um meio de defender a existência nos força a questionar: a santidade de uma terra está em sua geografia ou nas ações de seu povo? A visão é que a santidade foi perdida quando a compaixão foi substituída pela violência e a paz, pela guerra. Matar inocentes e causar sofrimento em massa não se alinha com nenhum preceito de fé. A santidade não pode ser construída sobre escombros de lares e de vidas destruídas.
O Futuro em Ruínas
A guerra em Israel e nos territórios palestinos é um ciclo vicioso de violência que não produz paz. O que se vê são escombros, não apenas de prédios, mas de um legado de paz e fé que foi completamente esquecido em meio ao clamor das bombas. A paz só será possível quando o legado de santidade for resgatado através do diálogo, da compaixão e da justiça para todos os povos da região. Afinal, a verdadeira santidade é construída pelo seu povo, não por sua geografia.
