O Brasil, que outrora exportou a barbárie de suas torturas durante o regime militar, hoje se tornou um triste modelo de corrupção. A cada instante, os noticiários estampam denúncias contra políticos que, imoralmente, desviam os recursos da nação em benefício próprio. Essa prática nefasta parece ter se tornado comum e até mesmo naturalizada em nosso país.
Enquanto milhares de brasileiros agonizam nas filas dos hospitais, privados de um plano de saúde digno, os parlamentares banqueteiam-se com suas riquezas e as inúmeras vantagens que o sistema lhes concede. A pobreza avança, corroendo a dignidade de tantos, enquanto eles acumulam fortunas, usufruindo de auxílios para vestimentas de luxo, viagens suntuosas, inúmeros assessores, moradia e hotéis pagos com o dinheiro do povo. Essa elite política esnoba sua riqueza, alheia à miséria que condena milhões à margem da sociedade, revirando lixo em busca de alimento ou lutando para sobreviver com um salário mínimo.
Com as eleições de 2026 no horizonte, a maioria dos parlamentares, obcecados pela reeleição ou pela ascensão a outros cargos, começa a emergir de seus esconderijos. São os zumbis em seu retorno macabro, que, após permanecerem ocultos em suas “cavernas” durante todo o mandato, subitamente se lembram das “velhas lideranças comunitárias”. Iniciam, então, uma peregrinação de visitas e aparições forçadas nas redes sociais. O mais repugnante é que esses fantasmas só se materializam nesse período eleitoral, desaparecendo novamente em suas tocas assim que os votos são contados, relegando o povo de agora ao esquecimento de sempre.
Contudo, a população também parece ter absorvido a amarga lição, aprendendo a explorar e a enganar os candidatos com a mesma moeda. A eleição se transforma em um negócio sórdido, uma oportunidade de barganhar o preço de cada voto, numa lógica perversa ensinada pelos próprios candidatos. O eleitor, assim como o político, parece priorizar a troca de favores em detrimento de um compromisso genuíno com o futuro da sociedade. E quem amarga as consequências dessa deplorável troca é a própria nação.
Este texto é um chamado urgente à reflexão sobre um padrão perturbador que se repete em cada ciclo eleitoral: o comportamento oportunista de políticos que, durante a pré-campanha e campanha, transformam os eleitores em figuras centrais, bajulando e prometendo mundos e fundos. No entanto, assim que conquistam seus cargos, esses mesmos eleitores são relegados ao esquecimento, enquanto os políticos retornam aos seus “túmulos”, alheios às necessidades da população.
A Ilusão da Importância:
Durante a pré-campanha e campanha, os políticos se transformam em seres onipresentes, visitando comunidades, participando de eventos, e inundando as redes sociais com promessas e sorrisos. Cada eleitor se sente importante, ouvido, e parte de um projeto transformador. No entanto, essa ilusão se desfaz rapidamente após a eleição.
O Retorno aos “Túmulos”:
Uma vez eleitos, muitos políticos desaparecem do mapa, retornando aos seus “túmulos” de poder e privilégio. As promessas se diluem, as necessidades da população são ignoradas, e a distância entre representantes e representados se torna abismal. O eleitor, que antes era cortejado, agora é apenas uma lembrança distante.
A Dança Macabra das Estratégias:
Para conquistar o poder em 2026, os “zumbis” da política já começam a articular suas estratégias, repetindo o mesmo roteiro de sempre: promessas vazias, discursos populistas, e a ilusão de que “dessa vez será diferente”. Eles sabem que a memória do eleitor é curta, e que a esperança, mesmo que vã, ainda é capaz de mover montanhas.
O Despertar da Consciência:
É preciso romper com esse ciclo vicioso. Eleitores, despertem! Não se deixem enganar pelas promessas vazias e pelos sorrisos forçados. Exijam compromisso, transparência e responsabilidade. Políticos, lembrem-se: o poder que vocês conquistam pertence ao povo, e a sua responsabilidade é servi-lo com dignidade e respeito.
Professor Correia é formado em filosofia, história , entre outras coisas mais.