Foi realizado nessa noite de terça-feira (21), no Centro comunitário do Conjunto São Raimundo, mais uma reunião promovida pela liderança comunitária Wagner Lópes, a mesma com o objetivo de discutir diretrizes organizacional do Coletivo Raça.
Estavam pressentes, além do Líder comunitário Wagner lópes, a Secretária Adjunta da Secretaria de Estado da Mulher (SEMU), Antonieta lago, Reinaldo Pereira (liderança da área Itaqui bacanga), Ana Rosa (Gestora da feira Minha Preta), Rose Bombom (liderança de matriz africana, tambor de crioula, conselho municipal do regue), Valéria castro representante da paróquia Jardim tropical, Marquinhos Bio (Ativista cultural), Pastor Rocha, entre outros. Ao todo mais de cinquenta pessoas participaram da reunião e ouviram atentamente as explicações de Wagner Lopes sobre como deve funcionar o coletivo, também conhecido como candidatura compartilhada, essa acontece quando um grupo de pessoas se une para lançar um representante como candidato nas eleições para uma vaga na Câmara Municipal da cidade ou para o Congresso.As candidaturas coletivas são formadas por duas ou mais pessoas, mas apenas uma delas assume o cargo como titular.
“O mandato coletivo nasce da vontade de pessoas com pensamentos parecidos , que queiram trabalhar de forma conjunta em prol da sociedade, essa união de ideias proporcionará forças para aquele que irá exercer o mandato, caso eleito, com a contribuição e participação de várias pessoas”. Esclareceu Wagner Lopes, disse também que para se alcançar êxito nessa caminhada, todas as lideranças devem organizar seus grupos de dez e cada um membro do grupo organiza também seus subgrupos com o mesmo número de pessoas, tendo como resultado final uma certa quantidade suficiente para eleger os devidos candidatos.
Colaborando com o pensamento de Wagner ,a Secretária Adjunta da Mulher -SAMU, Antonieta Lago, se colocou á disposição para ombrear nessa luta , pois acredita que todos os envolvidos estão no caminho certo.“Essa é uma luta nossa, uma luta que vem da periferia, das comunidades, dos movimentos sociais, sobretudo das meninas e das mulheres marginalizadas, representando essa categoria, entendo ser pertinente debater no coletivo os direitos de todas as mulheres , conforme suas respectivas necessidades.”destacou Antonieta Lago, disse ainda que o Coletivo raça é algo inovador, pioneiro, nunca antes visto no Brasil, no maranhão, onde pela primeira vez se prioriza e valoriza as lideranças negras que se dispuseram a disputarem coletivamente uma vaga na Câmara de vereadores.
Representando o regue, a matriz africana e o tambor de crioula, Rose Bombom também está acreditando no coletivo raça, entende que o momento agora é de mudar o conceito político da sociedade, unir forças para que se tenha mais representantes negros no Poder legislativo Municipal e Estadual. “Estou aqui para representar minha religião, minha cultura, de modo especial a matriz africana que mais sofre as dores da discriminação, preconceito e intolerância religiosa, por conta disso não temos espaço para realizarmos nossas atividades culturais”. Reclamou Rose Bombom.
Durante a reunião, Wagner Lopes recebeu vários elogios pela iniciativa do Coletivo Raça, dentre esses, pontua-se a fala da Gestora da feira minha preta, Ana Rosa. “Eu acredito que todos nós entendemos o Projeto coletivo raça, precisamos agora nos comprometer de fato com a candidatura daqueles que querem fazer a mudança acontecer de forma verdadeira e para todos, de modo muito especial aos negros que moram nas periferias, esses na maioria das vezes são esquecidos e tem seus direitos negados.
Motivado com a quantidade de pessoas que compareceram à reunião, Wagner Lopes encerrou o momento apresentando alguns exemplos de mandato coletivo no Brasil, destacou que o primeiro mandato coletivo eleito do Brasil ocorreu no ano de 2016, ao cargo de vereador na cidade de Alto Paraíso – GO. O mandato coletivo foi exercido por 5 pessoas e o objetivo do grupo era dividir as tarefas do mandato entre si.