Mudanças no ensino médio criam impasse entre MEC e governadores

Camilo Santana no Planalto

As novas diretrizes do ensino médio, aprovadas na 5ª feira (7.nov.2024) pelo CNE (Conselho Nacional de Educação), foram decididas entre impasses do MEC (Ministério da Educação) e os governadores estaduais. No momento, o texto aguarda sanção do ministro da Educação, Camilo Santana. …

Conforme apurou o Poder360, partiu do MEC a decisão de manter como obrigatório o ensino das 12 disciplinas tradicionais (Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Física, Química, Artes, Educação Física, Língua Inglesa, Filosofia, Geografia, História e Sociologia) que formam a Base Comum Curricular (Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e da Natureza)…

No entanto, alguns governadores apresentaram resistência à mudança, já que antes a decisão de englobar todas ou parte das tradicionais ficava a critério dos Estados. Os gestores estaduais declararam que a mudança causaria perda de autonomia e dificuldades em alterar o sistema de ensino vigente. Um dos mais inflexíveis foi o Estado de São Paulo….

Outro ponto que precisou ser negociado entre as partes foi a oferta dos itinerários formativos (disciplinas eletivas). Enquanto o MEC queria ampliar as disciplinas obrigatórias também para as 600 horas itinerárias, os Estados pediram pela flexibilidade de oferta. …

Assim, ficou definido que a carga horária será preenchida com disciplinas que utilizem dos campos de estudo das disciplinas tradicionais, mas que sejam escolhidas pelas Secretarias de Educação. Cada rede educacional precisa oferecer no mínimo 2 itinerários de áreas diferentes, definidos por critérios próprios….

O QUE MUDA NO ENSINO MÉDIO? O novo sistema de ensino foi estabelecido em 2017, sob o governo do então presidente Michel Temer (MDB), com a proposta de ofertar uma grade de ensino mais flexível. No entanto, modelo sofreu críticas de especialistas de educação e dos próprios alunos. …

Em julho deste ano, a Câmara dos Deputados votou pela reforma do novo ensino médio. O texto substitui o do relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), pelo Projeto de Lei 5230 de 2023, do Poder Executivo. Eis as principais mudanças:…

Aumento da carga horária de 1.800 para 2.400 horas (somados os 3 anos do ensino médio) para o ensino tradicional;

Carga horária de 2.100 horas divididas em ensino básico e itinerário no ensino técnico. Somado a isso, outras 900 horas serão voltadas ao ensino profissionalizante;

Acréscimo de 600 horas de itinerários formativos, escolhidos pelos alunos. As disciplinas precisam agregar pelo menos uma das áreas da Base Comum Curricular; Oferta de pelo menos uma escola pública por Estado com ensino noturno;

e Apoio do MEC aos sistemas Estaduais de educação para programas e projetos de formação dos  docentes

 

 

 

 

 

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