PF prende dupla com R$ 700 mil em espécie: flagrante escancara o roubo do dinheiro público e a conivência de prefeituras maranhenses

Funcionário roubando dinheiro da caixa registradora - Foto de stock de Roubando - Crime royalty-free

A Polícia Federal deu um golpe certeiro contra a corrupção que corrói os cofres públicos do Maranhão. Na tarde de sexta-feira (24), em Zé Doca, agentes da PF prenderam duas pessoas em flagrante ao tentar sacar R$ 700 mil em dinheiro vivo de uma agência bancária. A quantia, segundo as investigações, está ligada a contratos milionários firmados com prefeituras do estado, envolvendo inclusive recursos federais da educação.

O flagrante é simbólico: o dinheiro público sendo retirado, em espécie, diante das câmeras e da lei, por pessoas que lucram com a miséria e a falta de fiscalização. Os suspeitos não conseguiram explicar a origem do valor. Alegaram, sem convicção, tratar-se de um financiamento bancário — uma mentira desmontada pelos próprios documentos e pela ausência de estrutura das empresas envolvidas.

Esse tipo de operação revela como parte das prefeituras do Maranhão se transformou em balcão de negócios, onde contratos milionários são entregues a empresas fantasmas ou apadrinhadas por políticos locais. Dinheiro que deveria garantir escolas, hospitais e salários dignos acaba escoando para bolsos particulares. E, enquanto isso, professores contratados seguem recebendo menos da metade do salário dos efetivos, muitos sem receber nos primeiros meses do ano, vivendo de promessas e medo de retaliação.

A ação da Polícia Federal precisa ser um alerta e um exemplo. É intolerável que recursos destinados à educação e à saúde sejam tratados como propriedade privada. Mais revoltante ainda é ver prefeitos, secretários e vereadores acobertando ou participando de esquemas que saqueiam o que é do povo, loteando as prefeituras entre aliados e parentes, transformando a gestão pública em extensão de campanhas eleitorais.

Enquanto há quem saque milhões na boca do caixa, há professores sem salário, escolas sem merenda e hospitais sem remédio. Essa prisão deve servir para abrir os olhos da sociedade e cobrar do Ministério Público e da Justiça uma resposta firme.

Afinal, o verdadeiro crime não está apenas no dinheiro sacado, mas na estrutura de poder que permite que ele chegue até lá. O povo maranhense precisa de gestores honestos, não de cúmplices do saque institucionalizado.

TEXTO,FONTE-PROFESSOR CORREIA

 

 

 

 

 

 

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