Com a exposição de várias atividades na Ramada, organizado pelos “doze profissionais de educação” da Escola Indígena Turizinho-JUMU ÉHA RENDA KATU TÉ (O lugar onde as pessoas aprendem muito bem), os estudantes do Ensino Médio e Fundamental (Modalidade EJA), enceraram na tarde do dia seis de abril as atividades pedagógicas da Primeira Alternância de 2024 e a última do ano de 2023. A culminância dos trabalhos aconteceu na Ramada e contou com a participação da Gestora Geral Professora Rosilene Ka’apor, apoio administrativo e financeiro do Cacique Iracadju Ka’apor, Presidente da Associação Ka’apor Ta Hury, mantenedora do Projeto pedagogia da Alternância.
Durante 20 dias a Aldeia Turizinho se transformou em um Magnum laboratório de experiências, trazendo de forma objetiva o tema “CULTURA”, termo utilizado para a realização dos planejamentos. Antes, pois, fora necessário algumas reuniões para definir os procedimentos pedagógicos a serem desenvolvidos em sala de aula, conforme a disciplina de cada profissional, Os primeiros alinhamentos aconteceram na noite de 17 de Março com a presença dos professores, acompanhado pela Gestora Rosilene e mais o Cacique Iracadju, na ocasião decidiu-se como seria o acolhimento dos alunos, ficando para o dia 18, terça-feira o inicio de fato das aulas nas respectivas turmas. As demais reuniões foram somente para analisar a aplicabilidade das atividades e definir como seria as apresentações dos grupos no encerramento da Alternãncia.
Com o propósito de tornar os estudos mais atrativos e fomentar interesses na classe estudantil, nessa alternância tiveram pertinentemente algumas mudanças, a saber: Aulas somente até às 15:30, o tempo restante reservado para as oficinas de arte plumária, envolvendo professores e estudantes, oportunidade para se aprender a confeccionar cestas, flechas, adornos, peneiras e pulseiras, entre outras coisas, para tanto, os estudantes tiverm de buscar na mata as folhas de Guarimã. Mesmo com o cansaço do dia em sala de aula, os estudantes do Ensino médio ainda encontraram fôlego para estudar redação no turno da noite, estão se preparando para ingressar na UEMA. Também os estudantes do Ensino Fundamental tiveram a noite uma roda de conversa com o professor Quintino Ka’apor , o mesmo fora convidado pelo professor Correia para dialogar sobre a história dos ka’apor .Durante o diálogo, disse que os parentes surgiram como povo distinto há cerca de 300 anos, provavelmente na região entre os rios Tocantins e Xingu. Talvez por causa de conflitos com colonizadores luso-brasileiros e com outros povos nativos, iniciaram uma longa e lenta migração do Pará ao maranhão, por volta de 1870, através do rio Gurupi, Kintino chamou a atenção dos alunos quanto ao conhecimento da Cultura e tradição, por fim mostrou-se preocupado com o número mínimo dos seus parentes que sabem confeccionar cestas, flechas, adornos e indumentárias
Além dos alunos, os professores tiveram aula de ka’apor a noite, a mesma ministrada pela estudante e professora Putykiná ka’apor, foi unânime o interesse em aprender a língua ,querem no futuro se aprofundarem no estudo não só da língua, mas de toda a cultura ka’apor.
Motivados pelos bons momentos vivenciados na Aldeia Turizinho, os professores instruíram seus alunos sobre como apresentar seus trabalhos na Ramada , durante a culminância. Seus projetos abordaram a diversidade cultural bem como suas particularidades, por meio do processo de conhecer, descobrir, interagir, crescer e apropriar-se de novos repertórios de forma prazerosa, rica e envolvente. Os estudantes do Ensino fundamental optaram em encerrar suas atividades contando a história do Mito “MAIRA” , juntos com o ensino Médio gravaram alguns vídeos recitando as poesias dos parentes, os mesmos foram apresentados em um telão na Ramada. As homenagens emocionaram a todos, tendo posteriormente bons comentários sobre o esforço de cada aluno. Concomitantemente aos vídeos, a estudante do Ensino médio, Auirã ministrou uma belíssima palestra sobre a Farmacopeia, explicou os tipos de plantas e árvores medicinais que poderão proporcionar a cura para diversos tipos de doenças. As apresentações se transformaram em uma pequena feira cultural, com a exposição de todas as coisas que foram produzidas e adquiridas na floresta.
Conforme informações da Gestora professora Rosilene Ka’apor, cerca de oitenta e cinco alunos compareceram na Alternância, os mesmos advindos das seguintes Aldeias: Pequizeiro,Tukumã, Kamuxí Rendá, Capitão Mirá, Xie’ e Pihú ,Paraku’y e Y Werá.
“É gratificante chagar chegar ao fim de uma Alternância cumprindo na prática tudo que fora planejado, presenciar apresentações, exposições de trabalhos tão significativos e perceber que todo esforço e dedicação dos professores valeu a pena”. Pontuou Rosilene Ka’apor.
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