A ativista dos movimentos sociais, integrante do Fórum Reggae do Maranhão -FORMAR, destaca a importância da aprovação da Lei Jr. Black para os seguidores da cultura regue. Em entrevista concedida ao editor desse Blog, Bombom relata que a referida Lei representa a primeira conquista do FORMAR, e a quebra dos preconceitos que muitos ainda têm sobre a dança do regue, um gingado que antes se dizia ser coisa somente para pessoas negras e pobres, esse paradoxo aos poucos está sendo quebrado, de maneira que hoje, todas as classes sociais curtem as festas de regue ao som das melhores radiolas do maranhão.
A Lei Júnior Black solicitada pelo FORMAR, foi aprovada de forma unanime na manhã desta última terça-feira (28), na Assembleia Legislativa ‘por todos os parlamentares, a mesma é de autoria do deputado Zé Inácio e institui a Política Estadual de Incentivo à Cultura Reggae.
“ A homenagem ao Júnior Black é mais que justa, é o reconhecimento de suas muitas contribuições para o movimento Reggae, não só como DJ, locutor, produtor, investidor, ele também se destacou como grande colecionador e proprietário de Radiolas e Clubes, era respeitado pela massa regueira”. Expressou Rose Bombom
“A Lei Júnior Black nasceu por meio dos vários debates realizados no Fórum, lembrando que Black também participou dessa construção, ele também estava na comissão do formar desde o início, faleceu ano passado,( 16 de agosto ), nada mais justo que essa homenagem para alguém que muito contribuiu para o movimento Reggae, como DJ, locutor, produtor, investidor, colecionador e proprietário de Radiolas e Clube
pedradas do regue.
ROSE BOMBOM EXPLICA O QUE É A LEI JUNIOR BLACK
A Lei estabelece uma política pública para o reggae no Maranhão, portanto algo de importância histórica pra todos e todas que fazem parte dessa cultura, sejam profissionais do entretenimento, das artes e demais setores dessa imensa cadeia produtiva ou mesmo admiradores da música jamaicana.
Que Lei é essa?
É uma Lei que cria um programa de fomento permanente para a cadeia produtiva do reggae, ou seja, faz com que, daqui pra frente, o Estado tenha de destinar recursos anualmente às pessoas que trabalham com o reggae.
Por que uma Lei assim?
Apesar de ter pelo menos 50 anos de história no Maranhão, promovendo fortemente a cultura, o turismo e a economia em geral, o reggae não é atendido por políticas públicas e, por isso, não recebe recursos justos e com regularidade, dependendo de contratações pouco transparentes, decididas em cima da hora, de maneira não-democrática e que não alcança toda a cadeia produtiva.
E o que muda com essa Lei?
O Estado terá de distribuir os recursos por meio de edital anual, de maneira que todos e todas possam participar em igualdade de condições, com regras claras, e terem seus projetos avaliados com isenção por uma comissão de especialistas. Ou seja, os investimentos deixam de depender da simpatia do poder público pelo reggae, dos interesses imediatos dos políticos ou de relações de amizade, e passam a ser política pública, obrigatória, permanente e justa.
Quem serão os beneficiados por essa Lei?
Todos e todas que residam no Maranhão e comprovem pelo menos dois anos de atividade no reggae, em algum de seus muitos segmentos: DJs, radioleiros(as), colecionadores(as), cantores(as) e bandas, artesãos(ãs), dançarinos(as), culinaristas, trancistas, pesquisadores(as), fotógrafos(as), cineastas e demais agentes.
Quem está por trás disso?
O Fórum do Reggae do Maranhão (FORMAR), um coletivo aberto formado em 2023 pra lutar por políticas públicas para o reggae. Além da proposta de Lei, os participantes definiram o texto para o futuro Edital, que contempla toda a cadeia produtiva. Tudo isso foi encaminhado na Assembleia como Projeto de Lei, com ajuda do deputado Zé Inácio.
Há alguma vantagem pra quem participa do Fórum do Reggae?
Não. A Lei Junior Black e seu Programa de Fomento chegam exatamente pra acabar com privilégios e panelinhas, estabelecendo princípios morais e democráticos na distribuição de recursos públicos. O benefício pra quem participa do Fórum é um dia poder contar que ajudou a escrever parte importante da história do reggae no Maranhão – algo que todos e todas que forem à Assembleia no dia da votação poderão dizer também.
Rose Bombom é Pré-candidata a vereadora pelo coletivo Raça, membro integrante do Fórum do Reggae do Maranhão -FORMAR e defensora da Lei Junior Black
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